Thursday, December 07, 2006

Duplo

Duplo

Então eu estava diferente. E ele foi direto para o banheiro, abriu o chuveiro e começou a falar sozinho. Cantou, e também pronunciou palavrasque me faziam vibrar em freqüências diferentes. Abriu seu pulmão, e acada respiração que dava, eu podia sentir as moléculas de ar dançando em todas as partes.
Eu estava vazia, e meu vazio lhe abraçava por todo os poros. Eu era um ser totalmente em branco e ele era meu contorno imaginário.
Pensei, em tirar uma foto de mim mesma, retratar de algum modo todo aquele momento de dúvidas e incertezas.
Não pude fazê-lo.
Então ele se posicionou em frente ao espelho e lá escreveu o que eu estava sentindo de forma embaçada. Foi quando dormi.
Assim que acordei, curiosa, fui até o banheiro para ler a frase que ele ali deixara.
Mas ela não estava mais lá, havia evaporado.
Nem ele, nem eu, tínhamos todos evaporados como aquele texto que se perdeu em poucos momentos.
O que restou foi um rosto, e dois olhos, que nunca se viram.

CF.

Monday, November 27, 2006

Cisco

No canto do olho um cisco.
Um certo abrigo indeciso.
Do gosto de não saber do risco.
Impreciso...
Desse vício que é,
viver.

Saturday, November 25, 2006

O Início da Farsa



Sinta...
E me leve com você.
Na sua pele, na sua febre...

Mas, sem anestesia.